Com base nos dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a indústria gráfica brasileira registrou queda de 2% na produção física em relação a 2013, o cálculo realizado pela Abigraf - Associação Brasileira de Indústria Gráfica, montra um cenário já conhecido por outros ramos da indústria de transformação. Considerando os agravantes como riscos de racionamento de água e de energia, instabilidade do mercado financeiro e até mesmo o descrédito da Petrobras refletindo diretamente na economia do País.
O ano de 2014, registrou também o crescimento de 4% nas exportações e encolhimento de 10% nas importações "O produto gráfico brasileiro está bem colocado no mercado internacional – é reconhecido como premium e associado a atributos como qualidade, inovação, criatividade", disse Levi Ceregato, presidente nacional da Abigraf, em entrevista exclusiva para o site Guia do Gráfico.
Para entender o panorama atual, Levi comentou expectativas e desafios da indústria nacional "reconhecimento é resultado direto da visão do empresário gráfico brasileiro, que, apesar das dificuldades dos últimos anos, nunca deixou de investir na modernização".
As estimativas indicam aumento de custos de 8% frente a 2013, sendo mão-de-obra e insumos os principais fatores "O produto gráfico brasileiro está bem colocado no mercado internacional" afirmou Ceregato, "respondemos sozinhos por mais de 50% de todo o investimento em tecnologia gráfica da América Latina".
A depreciação cambial foi o principal motor desse desempenho "Nossa baixa competitividade no comércio global não resulta de baixa competência técnica ou gerencial. Ela é fruto de um ambiente de negócios hostil, que vem perigosamente conjugando juros altos, mercado interno desacelerado, volatilização do câmbio e carga tributária excessiva", enfatizou.
A profecia do fim do impresso
A retração da economia prejudica o desempenho da indústria gráfica em diversos setores: embalagens, etiquetas, materiais promocionais, produtos editoriais etc. No entanto, o jornal não acabou com o livro, a TV não substitui a indústria do cinema e o eletrônico não acabará com o impresso.
Segundo pesquisa recente da Nielsen BookScan, publicada no jornal inglês Financial Times, jovens de 13 a 17 anos preferem livros impressos, o que não apenas assegura a permanência do papel na difusão de informação, cultura e lazer, como também valida, por exemplo, a projeção feita pela Deloitte, onde provisiona que em 2015, 80% dos livros vendidos mundialmente serão em cópias físicas.
"Embora vivamos ainda um momento de encantamento com as possibilidades das mídias eletrônicas, o fato é que as profecias do fim do impresso estão muito longe de se concretizar", concluiu Ceregato.
Fonte: Abigraf