Adaptar-se ao novo ambiente da mídia é a única saída possível para os grupos de comunicação de todo o mundo, afirmou Mark Challinor, Presidente mundial da International News Media Association (INMA) e CEO da Media Futures, no encerramento na Conferência International 2015 dessa associação, realizada em São Paulo, nos dias 09 e 10/11.
Challinor iniciou sua exposição com uma profissão de fé na mídia impressa, apesar do tradicional periódico canadense La Presse e o tabloide dinamarquês Ekstra Bladet terem anunciando recentemente o fim das suas edições em papel. “Eu vejo futuro para a mídia impressa, que passará por grandes transformações e atuará em nichos segmentados. Uma das principais soluções será a de encontrar uma maneira de alcançar as audiências jovens, atualmente mais envolvidas com a tecnologia”, disse.
Conforme o executivo, pesquisas mostram que 66% dos leitores leem notícias em aparelhos móveis, porém somente de 2% a 5% procuram pelas notícias factuais (hard news). Esse percentual, embora reduzido, mostra que há uma fatia em busca de informações mais consistentes, estando aí uma oportunidade de falar para esse público especial. Em contrapartida, os dados também mostram que está havendo mudança nos hábitos, pois na Inglaterra 80% dos entrevistados homens e 72% da mulheres, disseram ler o jornal à noite, na cama, em seus tablets.
Na verdade, está havendo uma ampla revolução tecnológica e muita coisa nova será lançada no mercado nos próximos anos. “Estamos numa fase de aceleração para um novo mundo desconhecido, impulsionado pela tecnologia móvel. Os números mostram que 75 bilhões de dispositivos móveis estarão conectados até o fim desta década. Ou seja, a força motriz é a tecnologia móvel e a guerra será vencida pelo celular”, afirmou.
Nesta nova era, é preciso saber aproveitar as oportunidades. Challinor citou como exemplo a iniciativa da rede britânica Domino’s Pizza, que criou e lançou um aplicativo que monitora o tempo da entrega do pedido, mostrando ao consumidor cada etapa do processo. Desse modo, o cliente vai acompanhando o seu pedido pelo celular, ficando mais tempo conectado com a marca. “É uma ideia genial”, elogiou.
Dentre as novidades que chegarão ao mercado, destaca-se a realidade aumentada, com reconhecimento da imagem, que já está sendo utilizada pelo jornal inglês The Telegraph. Trata-se de uma tecnologia que permite a mistura do mundo virtual ao real. Além disso, a edição impressa também utiliza a impressão convencional em 3D. Por sua vez, os jornais australianos estão usando essas tecnologias para reinventar os classificados, uma vez que o leitor pode visitar virtualmente os imóveis que deseja comprar ou alugar, sem ter de sair de casa. Agências de viagens também se valem desse recurso para mergulhar os clientes nos locais que desejam conhecer.
Challinor disse ainda que os fabricantes esperam vender que milhares de relógios smartwatch (celulares de pulso) nos anos das próximas olimpíadas, pois eles permitem que os usuários acompanhem os jogos. Porém a grande novidade é a haptic tecnology, a qual permite a interação do mundo virtual com o real, reproduzindo sensações como odores e tato.
O presidente mundial da INMA também destacou a importância de se utilizar todos os potencias dos smarthphones, a exemplo da VW Audi, que diversificou sua campanha de divulgação da equipe de F1, com a inclusão de vídeos verticais em dispositivos móveis. O resultado foi um aumento surpreendente no número de visitantes que assistiam ao vídeo até o seu final.