Duas pesquisas, uma dos Correios e outra da Associação Brasileira de Empresas com Rotativa Offset (Abro), demonstram a confiança da população e de empresas na comunicação impressa
Ricardo Viveiros - Oficina de Comunicação
Os estudos foram apresentados em evento na Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional), no qual foi apresentada a cartilha produzida pela entidade, intitulada Vote no Impresso, destinada a orientar candidatos e partidos sobre a nova lei eleitoral e oferecer subsídios técnicos para a utilização eficiente de impressos na campanha deste ano.
A pesquisa dos Correios, realizada na cidade de São Paulo, mostrou que a maioria dos 2.400 entrevistados confia mais nos folhetos e malas diretas do que em qualquer outra mídia como forma de comunicação. Esta é a preferência de 26,3% dos depoentes. Seguem-se: rádio e TV (25%), jornais e revistas (16,7%), divulgação na internet (14,4%) e e-mails (14,1%).
O estudo da Abro teve caráter nacional, abrangendo universo de 1.027 pessoas, 31 agências de publicidade e 100 empresas varejistas. As principais conclusões são as seguintes: quando quer se informar sobre algum produto, a maioria da população (56%) vai diretamente ao ponto de venda, “o que revela a importância das embalagens como influenciadoras da decisão de compra”, salienta Levi Ceregato, presidente da Abigraf Nacional; outros 37% informam-se por meio de folhetos. “Na soma das duas alternativas, observamos que 93% consultam materiais impressos para se orientar sobre o consumo de bens”. A pesquisa também demonstra que 100% das agências de publicidade recomendam a propaganda em folhetos e que 88% dos varejistas aderem a essa modalidade.
Confirmando tendências
Levi Ceregato acentua que as duas novas pesquisas corroboram estudos anteriores que comprovam a credibilidade da comunicação impressa. Ele cita recente relatório da American University, de Washington, EUA, que abordou 300 universitários dos Estados Unidos, Japão, Alemanha e Eslováquia, concluindo: apesar da ampla disponibilidade de plataformas eletrônicas como smartphones, tablets, readers e computadores, cujo uso faz parte da rotina dos jovens, o livro impresso segue muito à frente na preferência dos estudantes para leituras sérias, com 92%.
Levi Ceregato aponta, ainda, pesquisa da Nielsen BookScan, que indicou: o número de livros impressos vendidos nos Estados Unidos em 2014 subiu 2,4%, alcançando 635 milhões de unidades. Segundo especialistas, o crescimento da venda de livros físicos deverá manter-se nos próximos anos, pois os novos leitores parecem gostar cada vez mais do papel. A Nielsen indica que a maioria dos adolescentes entre 13 e 17 anos prefere obras impressas. Além disso, as vendas de títulos de ficção para jovens adultos cresceram 12% em 2014, mais do que os dirigidos aos adultos.
Os relatórios da American University, da Nielsen BookScan e os agora apresentados pelos Correios e a Abro também são coerentes com pesquisa realizada em 2014 pelo DataFolha, que demonstrou: no Brasil, 59% dos leitores de livros e 56% de revistas optam pelas edições convencionais. No caso de jornais, 48% preferem acessá-los em computadores, tablets e celulares e 46% continuam fiéis às formas tradicionais. “É interessante o fato de que 80% dos entrevistados brasileiros afirmaram que ler em papel é mais agradável do que em uma tela”, enfatiza o presidente da Abigraf Nacional. A pesquisa do DataFolha foi realizada para Two Sides, campanha mundial que chegou ao Brasil em 2014, para difundir a sustentabilidade econômica, social e ambiental da cadeia produtiva do papel e da indústria gráfica.
Fonte: Guia do Gráfico