Entre junho e agosto os químicos de uso industrial retomaram crescimento e a melhora nestes três meses fez com que o resultado acumulado no segundo quadrimestre do ano superasse o primeiro.
Os volumes de produção cresceram 9,08% no segundo quadrimestre em comparação com os quatro primeiros meses. No mesmo período as vendas internas cresceram 2,11% e o consumo aparente nacional (CAN), que mede a produção mais a importação menos a exportação, cresceu 8%, segundo informações preliminares da Associação Brasileira da Indústria Química - Abiquim.
Em relação ao segundo quadrimestre de 2017, o segmento também exibiu resultados positivos: a produção cresceu 1,42%, as vendas internas 0,75% e o consumo aparente nacional 1,3%. Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, a recuperação dá um alívio ao setor que vinha amargando sucessivas quedas entre março e maio. “Os dados sinalizam um movimento de recuperação de estoques na cadeia como um todo, também por conta da sazonalidade típica deste período do ano”.
De janeiro a agosto de 2018, sobre iguais meses do ano passado, o índice de vendas internas cresceu 2,55%. No período de setembro de 2017 a agosto de 2018, o índice de vendas internas cresceu 2,44%. “Essa melhora nas vendas internas mostra um ganho de participação de mercado para o produtor local em relação à demanda por produtos químicos no mercado nacional, que pode estar sendo influenciada pela volatilidade do dólar e também pela alta de preços dos produtos químicos no mercado internacional”, completa Fátima. Porém, o índice de produção apresentou declínio de 2,62% de janeiro a agosto deste ano, sobre igual período do ano passado, e de 0,44%, de setembro de 2017 a agosto de 2018. O CAN também apresentou resultado negativo em 4,6%, na comparação de janeiro a agosto, e queda de 2,4% nos últimos 12 meses.
Em agosto, o índice de utilização da capacidade instalada foi de 82%, mesma taxa de julho, e melhor nível operacional em todo o ano. Destacam-se, em agosto, os grupos de produtos solventes industriais, que operou a 89%, resinas termoplásticas, que rodou a 88%, e intermediários para fibras sintéticas, que exibiu taxa de ocupação de 86%. A média de utilização da capacidade instalada, de janeiro a agosto, foi de 77%.
Nos primeiros oito meses do ano, o volume de importações dos produtos amostrados no RAC, lembrando que todos possuem produção local, teve recuo de 13,6%, enquanto as exportações declinaram 20,3%. Com esses resultados, a participação das importações sobre a demanda foi de 35%, três pontos abaixo da de igual período de 2017.
Fátima explica que “a indústria química tem uma forte correlação com o desempenho do PIB. No início do ano as perspectivas apontavam para um crescimento da economia para este ano que seria próximo dos 2%, o que, infelizmente, não se confirmou. A redução da atividade econômica entre março e abril, agravada pela greve dos caminhoneiros e seus impactos adversos sobre o setor, influenciaram os resultados. A partir de junho, houve inversão da tendência negativa, mas ainda não é possível avaliar qual será o impacto do recuo dos primeiros meses do ano sobre a atividade do ano. Ainda esperamos que 2018 feche com algum crescimento em relação ao ano passado, mas se empatar, já terá sido algo positivo”.
Fonte: Graphprint