A tarifa de energia elétrica sofreu um aumento total de 51% no ano passado, afetando o bolso de consumidores residenciais e, principalmente, das empresas, que consomem mais durante o mês. De acordo com os dados do Ministério de Minas e Energia, o setor industrial é o maior consumidor de energia do país, respondendo por cerca de 37,6% de todo o consumo final. Na indústria, o gasto com energia elétrica representa um dos custos mais elevados para o processo de produção.
A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) alerta que a indústria é o setor com maior potencial para geração de riqueza na economia – no entanto, é também o que mais desperdiça energia, no Brasil. Em uma análise do Conselho Americano para Economia Energeticamente Eficiente, que avaliou as 16 maiores economias do mundo, o Brasil obteve a pior avaliação no segmento industrial e o pior número entre os países analisados.
De acordo com Rodrigo Aguiar, presidente da Abesco, a conscientização é o primeiro passo para a resolução do problema, seguida por ações concretas como o diagnóstico energético da planta industrial. “Os gestores das indústrias precisam saber que a energia representa um custo fixo significativo e esse recurso pode ser mais bem administrado com a implantação de programas de eficiência energética, visando aumentar sua competitividade e produtividade”, explica.
A Posigraf, uma das maiores gráficas da América Latina, consome em média 1,5 milhão de kilowatts de energia por mês e, para diminuir a despesa, tem adotado uma série de medidas de economia. A primeira delas foi na iluminação: 30% das lâmpadas foram substituídas por tecnologia LED, que dura mais e consome, em média, 55,5 watts/hora a menos, comparada à incandescente.
Outra medida tomada pela empresa foi diretamente no maquinário utilizado na produção, aplicando-se automação eletrônica. O engenheiro mecânico Paulo César Ceresia, gerente de manutenção da Posigraf, afirma que antes haviam seis compressores que não tinham variação de velocidade. “Com a aquisição do equipamento, que varia a velocidade e fornece o ar comprimido que a produção está pedindo, é como reduzir de 600 HP para 300 HP o consumo de ar comprimido e, consequentemente, a energia gasta”, explica.
A Posigraf também tem criado uma cultura de economia em seus colaboradores. Eles são incentivados a desligar os equipamentos quando não estão sendo utilizados, apagar luzes e manter portas e janelas fechadas para melhor aproveitamento dos 70 aparelhos de ar-condicionado instalados na empresa. A gráfica também envia e-mails para os funcionários com dicas para economia de energia em casa e premia as iniciativas que se comprovem eficazes.
Fonte: Guia do Gráfico